quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Experiência Pessoal de um Workshop de TAA

No dia 30 de Março de 2015 tive a oportunidade de assistir a um pequeno workshop sobre as Terapias Assistidas por Animais (TAA), com uma duração de cerca de 1 hora e 30 minutos. Este workshop foi realizado na Faculdade de Motricidade Humana pela Gladys Malafaia, que foi também a pessoa responsável por nos dar a aula de Modelos de Intervenção em Psicomotricidade sobre esta temática. 

O mais interessante neste workshop comparativamente com outros já realizados, foi o facto de nos ser possível experienciar uma componente mais prática, nomeadamente através da realização de uma atividade com um cão.

Inicialmente a Gladys apresentou-nos um pouco sobre o que são as TAA, algo que me foi benéfico no futuro uma vez que quando tivemos a aula sobre esta temática já sabia algumas coisas sobre o assunto. Mal soube que este workshop iria ocorrer decidi participar pois sempre gostei muito de animais e, para além disso, sei o quanto eles podem ser benéficos para nós e para a nossa saúde, não só em termos físicos mas também psicológicos. Sendo assim, queria perceber em que sentido é que eles poderiam ser benéficos em âmbito terapêutico, algo que consegui entender neste dia.

No entanto, a Gladys não se focou apenas nos benefícios deste tipo de terapia. Apresentou-nos também algumas informações importantes sobre como devemos lidar com o animal, neste caso, o cão. Este deve ser treinado de forma a respeitar o seu treinador sempre que este lhe dá uma ordem e deve também respeitar as restantes pessoas com quem está em contacto, uma vez que este é um aspeto essencial durante o processo de intervenção.

Foi bastante interessante pois todos nós que estivemos presentes no workshop tínhamos a tendência em chamar o cão para que ele viesse para ao pé de nós, no entanto, bastava a Gladys fazer um sinal que o cão "desligava-se" completamente de nós e ia ter com ela, demonstrando assim o quanto a respeita. Percebo que isto seja algo importante pois mesmo que um cão seja dócil, podem sempre ocorrer situações que não o deixam confortável e que o podem levar a ser de certa forma mais agressivo com as pessoas (neste caso, os clientes que estão a usufruir da terapia), sendo assim importante existir uma figura que seja capaz de travar essa agressividade. Não nos podemos esquecer que os animais não têm voz, mas têm comportamentos que nos permitem perceber de que modo ele está a encarar a situação, sendo essencial o terapeuta estar atento a esses mesmos comportamentos.

A atividade prática foi mais ligada à Psicomotricidade (conceito), no entanto não deixa de ser possível adaptá-la de acordo com a população. A Gladys vestiu ao seu cão um fato com velcro e colocou nesse fato diversas palavras tais como psicomotricidade, tonicidade, agnosia, equilibração, etc. (tal como é possível ver na imagem). A atividade consistia em a Gladys dizer as definições dessas palavras e nós termos que adivinhar a que palavra corresponde.

Reparei que durante este processo o cão esteve sempre a deslocar-se de um lado para o outro, ou seja, quando a Gladys dizia a definição ele estava ao pé dela, mas quando era necessário nós adivinharmos qual a palavra ele vinha para ao pé de nós para a retirarmos do seu fato. Sempre que ia para ao pé da Gladys, esta dava-lhe um biscoito pelo bom trabalho.


Achei esta atividade particularmente interessante pois permitiu trabalhar a associação de conceitos mas de uma forma muito mais divertida e que nos colocou muito mais à vontade. Nunca pensei que poderia ser realizada uma atividade deste género com um animal, o que me fez ter um olhar diferente sobre este tipo de terapias no sentido em que estas não têm que ser vistas como sendo terapias complexas, mas sim como uma forma de podermos adaptar as atividades que desenvolvemos normalmente em Psicomotricidade e acrescentar o elemento animal, que por si só é benéfico para o processo.

Paula Rodrigues

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