De Anabel Folch, Margarita Torrente, Luis Heredia e Paloma Vicens
RESUMO DO ARTIGO
Para os autores a terceira idade
corresponde a uma fase da vida durante a qual aumenta a probabilidade de se
desenvolverem problemas ao nível das diversas funções da pessoa, não só a nível
biológico, mas também social, económico e cultural. Dentro destas funções,
inclui-se a acuidade visual e auditiva, a lentificação psicomotora,
dificuldades de atenção, problemas de aprendizagem e de memória. Para além
disso, pode ainda ocorrer gradualmente a perca de identidade pessoal, relações
interpessoais e de hábitos do dia-a-dia.
Todas as alterações anteriormente
descritas levam consequentemente à perca da independência e à necessidade de
algum tipo de assistência, existindo em alguns casos a institucionalização,
ambiente bastante associado à solidão, perca de interesse por diversas
atividades e sintomas depressivos.
Sendo assim, o contacto com os animais
torna-se importante, devido aos benefícios que proporcionam não só a nível
psicológico mas também fisiológico, quando utilizados no âmbito das terapias
assistidas. Vários estudos realizados em pessoas com demência, conseguiram
concluir que este tipo de terapia permite promover o comportamento social, uma
menor agitação motora, melhoram o funcionamento global da pessoa e reduzem a
solidão. No entanto, estes estudos focaram-se numa população muito específica,
sendo por isso que os autores do artigo em questão tentaram perceber quais os
efeitos das Terapias Assistidas por Animais (TAA) em idosos sem qualquer tipo de
deterioração cognitiva.
Para a realização do presente estudo,
participaram 16 idosos (6 homens e 10 mulheres), sendo que metade participou
numa intervenção semanal durante 12 semanas com um cão, enquanto a outra metade
foi o grupo de controlo. O planeamento das sessões consistiu em: Nas primeiras
9 sessões, a pessoa deveria aprender, praticar e recordar um circuito em que
era necessário realizar um conjunto de capacidades de adestramento do cão. Por
fim, nas últimas três sessões, cada pessoa teria que conseguir realizar o
circuito completo.
Com este estudo, os autores conseguiram
averiguar que o grupo experimental, ao contrário do grupo de controlo,
apresentou diferenças significativas nomeadamente em termos de memória a curto
prazo, diminuição dos sintomas depressivos, bem como dos níveis de pressão
sanguínea e do número de pulsações, indo assim ao encontro dos resultados
obtidos em muitos outros estudos. Nestes, foi ainda possível averiguar que
estas modificações não acontecem apenas quando a terapia é feita com um cão,
obtendo-se resultados semelhantes quando esta é feita com golfinhos e gatos.
Posto isto, é então possível concluir que
as TAA têm um efeito positivo nos idosos, não só ao nível psicológico mas
também ao nível físico.
REFLEXÃO
Escolhemos este artigo pois a solidão nos
idosos é um assunto bastante recorrente na nossa sociedade. Quase todas as
semanas são apresentados casos ou estudos que demonstram que, cada vez mais, os
idosos vivem sozinhos, sem qualquer contacto com familiares, amigos ou
conhecidos. Pensamos que este é assunto que deve ser visto com seriedade pois,
apesar de com o envelhecimento acabarmos por perder certas funções, não
deixamos de ser pessoas que necessitam de companhia e de estar em contacto com
o outro.
Tendo em conta a problemática, pensámos de
imediato que seria pertinente colocar estas pessoas em contacto com animais,
pois estes conseguem efetivamente fazer-nos sentir que não estamos sós e
dão-nos um certo conforto.
Este estudo acabou por ir assim ao encontro
da ideia que tínhamos sobre as TAA na população idosa. Para além disso, os
autores apresentaram muitos outros estudos que apresentam resultados
semelhantes, enfatizando assim a eficácia desta tipo de terapia nesta
população. Sendo assim, achamos que seria pertinente a criação de projetos que
permitissem o contacto entre idosos e animais, de forma assim a promover uma
melhoria da saúde mental destes, das suas capacidades de comunicação, do seu
nível motor e das suas funções orgânicas. No entanto, não podemos deixar de
referir que o mais importante é o apoio e participação ativa da família na vida
destas pessoas, quando tal é possível.
Bibliografia: Folch, A., Torrente, M., Heredia, L. & Vicens, P. (2016). Estudio preliminar de la efectividad de la terapia asistida con perros en personal de la tercera edad. Revista Espnõla de Geriatría y Gerontología. doi: 10.1016/j.regg.2015.12.001
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