Este artigo retrata
as diferentes vertentes existentes no âmbito da Equitação Especial, referindo
ainda a quem estas se destinam, algumas contraindicações da sua prática e
apresenta uma explicação relativamente à utilização do cavalo, aspeto em comum
entre todas as vertentes.
Academia Equestre João Cardiga - Special Olympics Equitação 2015 |
De acordo com Uzun (2005 cit. in Faria & Santos, 2007) a Equitação Especial (EE) é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo nas áreas de saúde, educação e equitação. A EE divide-se em três vertentes, nomeadamente:
- Hipoterapia – Este método utiliza o cavalo no âmbito de tratamento e não como forma de ensino de equitação. Nesta vertente, o indivíduo reage apenas ao movimento tridimensional do cavalo e adquire reações automáticas a partir deste, fazendo alguns ajustamentos para que permitam a manutenção do equilíbrio (Fitzpatrick, 1994 cit. in Faria & Santos, 2007);
- Equitação Terapêutica - Destinada a pessoas com alguma incapacidade ou doença, ou a pessoas que apresentam capacidades para exercer alguma ação sobre o cavalo e que aprendem a montar ao mesmo tempo que beneficiam de terapia;
- Equitação Desportiva Adaptada - É praticada por pessoas com dificuldades intelectuais, no sentido em que estas aprendem equitação e a modalidade de dressage, existindo uma futura possibilidade de competição (Uzun, 2005, cit in Faria & Santos, 2007).
A EE é uma forma
de terapia que apresenta diversos objetivos, nomeadamente na melhoria de padrões fora
do comum, do esquema corporal e postura, entre outros. Esta é recomendada nas
seguintes situações (Uzun, 2005 cit. in Faria & Santos, 2007):
- Crianças e adultos com disfunção neuromusculoesquelética;
- Alterações do tónus muscular;
- Problemas de comportamento;
- Paralisia Cerebral;
- Acidente Vascular Cerebral;
- Atrasos do desenvolvimento;
- Trissomia 21.
No entanto é
necessário ter em atenção que existem patologias em que esta terapia não é a
indicada, como é no caso de crianças com T21 com idade inferior a 3 anos ou em
indivíduos com artrose coxofemoral, com coluna instável ou spina bífida.
Relativamente à importância
da utilização do cavalo, Faria e Santos (2007) referem que este é indicado para
a terapia com animais, pois apresenta andamentos semelhantes aos do Homem, em
termos do número de passos que dá por minuto e do comprimento dos mesmos, o que
permite que esta seja uma terapia com bastantes benefícios para quem a usufrui.
REFLEXÃO
Este artigo foi importante no sentido em que nos permitiu consolidar a matéria lecionada na aula sobre a Equitação com Fins Terapêuticos (EFT) (no artigo referida como Equitação Especial). Dentro deste âmbito é importante percebermos que a EFT se divide em diferentes ramos, de acordo com o objetivo que se prentede atingir com o cliente em questão. Sabendo estas informações, a quando a aplicação destas práticas, poderá ser possível para o terapeuta providenciar um adequado plano de intervenção, de acordo com as características e expetativas da pessoa.
É também importante saber que tipo de populações não podem beneficiar desta terapia, uma vez que o objetivo do terapeuta é providenciar momentos que permitam a promoção das competências da pessoa e não a sua limitação. Para além das populações referidas, na aula focámos também nas pessoas com epilepsia, as quais não podem usufruir da EFT.
Um aspeto igualmente importante, é este artigo permitir fazer a ponte entre a equitação e a Psicomotricidade. Esta é assim uma terapia que tem efeitos benéficos no domínio motor, na postura e no esquema corporal, componentes estas que são também trabalhadas na nossa área. Sendo assim, quando em contacto com alguém em que é necessário trabalhar estes aspetos, o psicomotricista poderá utilizar a EFT como uma terapia complementar, capaz de providenciar um maior e melhor desenvolvimento do cliente.
Bibliografia: Faria, I. & Santos, S. (2007). Equitação
Especial no Seio da Psicomotricidade. A
Psicomotricidade, 9, 41-45.
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