sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

"Equitação Especial no Seio da Psicomotricidade"

Artigo escrito por Faria e Santos (2007)


Este artigo retrata as diferentes vertentes existentes no âmbito da Equitação Especial, referindo ainda a quem estas se destinam, algumas contraindicações da sua prática e apresenta uma explicação relativamente à utilização do cavalo, aspeto em comum entre todas as vertentes.
Academia Equestre João Cardiga - Special Olympics Equitação 2015

De acordo com Uzun (2005 cit. in Faria & Santos, 2007) a Equitação Especial (EE) é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo nas áreas de saúde, educação e equitação. A EE divide-se em três vertentes, nomeadamente:
  • Hipoterapia – Este método utiliza o cavalo no âmbito de tratamento e não como forma de ensino de equitação. Nesta vertente, o indivíduo reage apenas ao movimento tridimensional do cavalo e adquire reações automáticas a partir deste, fazendo alguns ajustamentos para que permitam a manutenção do equilíbrio (Fitzpatrick, 1994 cit. in Faria & Santos, 2007);
  • Equitação Terapêutica - Destinada a pessoas com alguma incapacidade ou doença, ou a pessoas que apresentam capacidades para exercer alguma ação sobre o cavalo e que aprendem a montar ao mesmo tempo que beneficiam de terapia;
  • Equitação Desportiva Adaptada - É praticada por pessoas com dificuldades intelectuais, no sentido em que estas aprendem equitação e a modalidade de dressage, existindo uma futura possibilidade de competição (Uzun, 2005, cit in Faria & Santos, 2007).

A EE é uma forma de terapia que apresenta diversos objetivos, nomeadamente na melhoria de padrões fora do comum, do esquema corporal e postura, entre outros. Esta é recomendada nas seguintes situações (Uzun, 2005 cit. in Faria & Santos, 2007):
  • Crianças e adultos com disfunção neuromusculoesquelética;
  • Alterações do tónus muscular;
  • Problemas de comportamento;
  • Paralisia Cerebral;
  • Acidente Vascular Cerebral;
  • Atrasos do desenvolvimento;
  • Trissomia 21.

No entanto é necessário ter em atenção que existem patologias em que esta terapia não é a indicada, como é no caso de crianças com T21 com idade inferior a 3 anos ou em indivíduos com artrose coxofemoral, com coluna instável ou spina bífida.

Relativamente à importância da utilização do cavalo, Faria e Santos (2007) referem que este é indicado para a terapia com animais, pois apresenta andamentos semelhantes aos do Homem, em termos do número de passos que dá por minuto e do comprimento dos mesmos, o que permite que esta seja uma terapia com bastantes benefícios para quem a usufrui. 

REFLEXÃO
Este artigo foi importante no sentido em que nos permitiu consolidar a matéria lecionada na aula sobre a Equitação com Fins Terapêuticos (EFT) (no artigo referida como Equitação Especial). Dentro deste âmbito é importante percebermos que a EFT se divide em diferentes ramos, de acordo com o objetivo que se prentede atingir com o cliente em questão. Sabendo estas informações, a quando a aplicação destas práticas, poderá ser possível para o terapeuta providenciar um adequado plano de intervenção, de acordo com as características e expetativas da pessoa.

É também importante saber que tipo de populações não podem beneficiar desta terapia, uma vez que o objetivo do terapeuta é providenciar momentos que permitam a promoção das competências da pessoa e não a sua limitação. Para além das populações referidas, na aula focámos também nas pessoas com epilepsia, as quais não podem usufruir da EFT.

Um aspeto igualmente importante, é este artigo permitir fazer a ponte entre a equitação e a Psicomotricidade. Esta é assim uma terapia que tem efeitos benéficos no domínio motor, na postura e no esquema corporal, componentes estas que são também trabalhadas na nossa área. Sendo assim, quando em contacto com alguém em que é necessário trabalhar estes aspetos, o psicomotricista poderá utilizar a EFT como uma terapia complementar, capaz de providenciar um maior e melhor desenvolvimento do cliente.

Bibliografia: Faria, I. & Santos, S. (2007). Equitação Especial no Seio da Psicomotricidade. A Psicomotricidade, 9, 41-45.

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