De acordo com a Associação Portuguesa de
Doentes de Parkinson (APDP) (2012) a Doença de Parkinson trata-se de uma doença
crónica com influência direta na motricidade do indivíduo, afetando assim os
movimentos corporais e levando a tremores, rigidez, lentificação motora
(bradicinésia), instabilidade postural e alterações na marcha.
Em estados iniciais é possível geralmente verificar um tremor ligeiro em uma mão, braço ou perna de apenas um lado do corpo, sendo que este tremor pode aumentar de intensidade se o membro em questão estiver tenso. À medida que a doença vai progredindo este tremor torna-se mais difuso, acabando por vir a afetar ambos os lados (APDP, 2012).
Para além dos sintomas anteriormente referidos, existem ainda outros que podem estar associados à doença, nomeadamente: depressão, ansiedade, perturbações no sono, perda de memória, dificuldades na fala, dores musculares, entre outros (APDP, 2012).
Em estados iniciais é possível geralmente verificar um tremor ligeiro em uma mão, braço ou perna de apenas um lado do corpo, sendo que este tremor pode aumentar de intensidade se o membro em questão estiver tenso. À medida que a doença vai progredindo este tremor torna-se mais difuso, acabando por vir a afetar ambos os lados (APDP, 2012).
Para além dos sintomas anteriormente referidos, existem ainda outros que podem estar associados à doença, nomeadamente: depressão, ansiedade, perturbações no sono, perda de memória, dificuldades na fala, dores musculares, entre outros (APDP, 2012).
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Sr. Vítor com o seu gato, Éder. |
No dia 12 de Novembro tivemos oportunidade de
estar em contacto com um senhor de nome Vítor (69 anos) que foi diagnosticado
com Parkinson há 16 anos atrás. Há cerca de um mês adotou juntamente com a sua
mulher um gato (de nome Éder) e, ao saber que o nosso tema era relativo às
Terapias Assistidas por Animais, demonstrou-se de imediato disponível para dar
o seu testemunho pois, apesar de não ser em âmbito de terapia, tanto ele como a
sua mulher têm notado melhorias na sua doença desde que adotaram o animal de
estimação.
O senhor referiu que sente estas melhorias a vários níveis, nomeadamente motor, linguagem e bem-estar consigo próprio, sendo isto que iremos aprofundar de seguida.
O senhor referiu que sente estas melhorias a vários níveis, nomeadamente motor, linguagem e bem-estar consigo próprio, sendo isto que iremos aprofundar de seguida.
- Benefícios a nível motor
De acordo com o testemunho dado pelo
casal, desde que têm o Éder que o Sr. Vítor tem se tentado movimentar muito
mais, não passando assim grande parte do seu dia sentado no sofá como tem sido
habitual fazer nos últimos 16 anos a conviver com a doença. Esta alteração na
dinâmica da casa do casal, fez com que o Sr. Vítor circule muito mais vezes
pela casa atrás do seu animal de estimação, ajudando inclusivamente a fazer
tudo o que é necessário para tratar dele (e.g. dar de comida, água, escová-lo,
etc.).
Este tipo de atividade é bastante benéfica nesta população uma vez que, tal como é referido pela APDP, dois dos sintomas mais relevantes na Doença de Parkinson são a instabilidade postural e as alterações na marcha. Assim, ao realizar diferentes tipos de movimentos associados ao tratamento do seu gato e ao andar pela casa, está a trabalhar precisamente estes dois parâmetros em que apresenta mais dificuldades.
Este tipo de atividade é bastante benéfica nesta população uma vez que, tal como é referido pela APDP, dois dos sintomas mais relevantes na Doença de Parkinson são a instabilidade postural e as alterações na marcha. Assim, ao realizar diferentes tipos de movimentos associados ao tratamento do seu gato e ao andar pela casa, está a trabalhar precisamente estes dois parâmetros em que apresenta mais dificuldades.
- Benefícios ao nível da linguagem
Conforme a doença tem vindo a progredir, o
Sr. Vítor tem vindo a apresentar cada vez mais dificuldades na iniciação e
articulação das palavras, afetando assim diretamente a sua linguagem. O casal
referiu que o facto de o Sr. Vítor não poder sair muitas vezes de casa para
conviver com outras pessoas, associado ao facto de ser impossível para a sua
mulher estar sempre em casa para lhe fazer companhia, são também fatores que
impedem que esta capacidade seja mais trabalhada.
Também neste parâmetro o Éder acabou por trazer efeitos positivos para este senhor. Este refere que ao ter a companhia do animal em casa, este acaba por ser um recetor das diferentes histórias da sua vida que quer contar mas não tem ninguém a quem o possa fazer. Mesmo não obtendo qualquer tipo de resposta por parte do animal, ele sente que pode falar com ele e contar-lhe o que sente, proporcionando assim momentos de fala.
Também neste parâmetro o Éder acabou por trazer efeitos positivos para este senhor. Este refere que ao ter a companhia do animal em casa, este acaba por ser um recetor das diferentes histórias da sua vida que quer contar mas não tem ninguém a quem o possa fazer. Mesmo não obtendo qualquer tipo de resposta por parte do animal, ele sente que pode falar com ele e contar-lhe o que sente, proporcionando assim momentos de fala.
- Benefícios ao nível do seu bem-estar
REFLEXÃO
Consideramos que realizar esta entrevista foi sem dúvida muito gratificante para nós. Apesar de, tal como já foi referido, o senhor não usufruir de uma terapia com o seu gato e este ser apenas um animal de estimação, a convivência com ele não deixa de ser de certa forma uma terapia, graças a todos os benefícios que a sua companhia lhe fornece.
Se apenas a convivência com um animal pode ser tão benéfica, sem dúvida que ter um animal como parceiro em âmbito terapêutico pode ser muito mais, tal como pudemos evidenciar na aula relativamente à temática das TAA. Nesta aula não falámos especificamente do Parkinson mas foi referido a importância das TAA na saúde mental, permitindo esta terapia reduzir significativamente os níveis de ansiedade e ainda melhorar o bem-estar emocional e a confiança em si próprio.
O facto de o animal estar com uma família onde é bem tratado e onde todas as suas necessidades são satisfeitas, faz com que esta interação não seja apenas positiva para a pessoa, mas também para o gato, algo que deve ser tido em consideração durante a aplicação de TAA's.
Esperamos ver cada vez mais casos destes, que demonstram uma parceria mutuamente positiva entre a pessoa e o seu animal de estimação. Neste sentido, poderia ser pertinente criar protocolos entre lares e associações de animais, permitindo assim aos animais estarem num local com mais condições e igualmente providenciar todos os efeitos positivos que os animais têm na vida de um geronte.
O facto de o animal estar com uma família onde é bem tratado e onde todas as suas necessidades são satisfeitas, faz com que esta interação não seja apenas positiva para a pessoa, mas também para o gato, algo que deve ser tido em consideração durante a aplicação de TAA's.
Esperamos ver cada vez mais casos destes, que demonstram uma parceria mutuamente positiva entre a pessoa e o seu animal de estimação. Neste sentido, poderia ser pertinente criar protocolos entre lares e associações de animais, permitindo assim aos animais estarem num local com mais condições e igualmente providenciar todos os efeitos positivos que os animais têm na vida de um geronte.
NOTA: Foi nos dada a autorização para publicar a foto do Sr. Vítor no presente trabalho.
Bibliografia: Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson [APDP]. (2012). A Doença de Parkinson - Perguntas Frequentes. Retirado a 23 de Novembro de 2016 de http://www.parkinson.pt/?lop=conteudo&op=7a614fd06c325499f1680b9896beedeb&id=c3992e9a68c5ae12bd18488bc579b30d